quinta-feira, 23 de junho de 2011

Chapter four

Escuridão, é só isso que estava a minha volta. Escuridão, solidão, onde estará Madelaine?Afinal de contas que lugar é esse em que me encontro?Ouvi sons que pareciam ser passos, acho que eu não estava sozinha, a cada medida que passava o som dos passos estava ficando mais alto. O que é isso?Algum tipo de pegadinha?

-Madelaine?-Chamei esperançosa.

Os passos pararam, ih não estou gostando nada dessa história.

-Madelaine é você que está aí?Porque se for não tem a menor graça.

Nada, nem se quer um pequeno ruido, minhas pernas tremiam e meu coração acelerava com medo da escuridão e silêncio, eu quero sair desse lugar.

-Yuki.

-O que?

Que estranho, eu tive a impressão de... Eu devo estar ficando maluca, eu tenho que dar um jeito de sair deste lugar. Cara, onde será a saída?

-Yuki...

De novo?Quem é que está me chamando, não para.

-Quem está aí?-Gritei.

Uma luz surgiu atrás de mim, o que não era exatamente uma luz, pois tomou a forma de uma borboleta branca com as asas brilhantes, ela iluminou um caminho todo a minha frente, não sei porque, mas alguma coisa me dizia que era pra eu seguir essa borboleta. Corri mais rápido que a minhas pernas permitiam enquanto aquela voz que chamava por meu nome estava ficando mais alta, tropecei no chão, o que era estranho ele era completamente liso.

-Yuki por favor me ouça.

-Quem quer que esteja falando é melhor aparecer!-Gritei.

A borboleta parou na minha frente. A luz forte deu vida ao lugar que se mostrou um templo cor de branco, lá fora caia flocos de neve e no ar ecoava um som que parecia ser de arpa.Na minha frente tinha um cristal brilhante como a luz da lua, e lá dentro uma mulher adormecida, mas aquele rosto, ele me era familiar...Não pode ser.

-Mãe?-Sussurrei.

Acordei e já era de manhã, o frio invadia pela janela do meu quarto, eu estava suada e arfando e Madelaine já nem estava mais ao meu lado. Agora é oficial, Madelaine colocou cachaça na torta, pra que eu fui comer quatro pedaços de torta?

-Ei pirralha.

Já não basta o sonho, agora acordar de manhã e dar de cara com a Isabella na minha porta?Tem como piorar?

-O que você aprontou ontem pra acordar as oito horas?

-O queeee?

Pulei da cama, eu tinha que estar na escola as sete, ai cara eu estou muito atrasada que só deu tempo de tomar banho e me arrumar e escovar os dentes, de tão apressada que eu peguei minha mochila e sai correndo escadas abaixo ignorando o elevador e correndo pela rua olhando apenas para o chão pra não correr o risco de tropeçar.

-Espero que a freira Analice esteja de bom humor. -Resmunguei enquanto corria.

Na pressa eu percebi que meu tênis estava desamarrado, então dei uma parada pra amarra-lo e descansando um pouco de tanto correr porque quando me dei conta eu estava na confeitaria do sr Jeremias. Terminei de amarrar o tênis, mas senti um calafrio e meu interior gelou como se eu tivesse sentindo que alguém passou por trás de mim, mas quando me virei não tinha nada então continuei seguindo meu caminho e eu não estava com uma boa sensação. Sabe aquela impressão de se estar sendo seguido?Era exatamente assim que eu me sentia

-Não olhe pra trás, não olhe pra trás, não olhe pra trás...

Acelerei ainda mais os meus passos, aquela sensação estava aumentando e eu sentia que alguém estava se aproximando de mim.

Me virei para trás e não tinha ninguém, o que estava acontecendo?Não conseguia mais me mexer, minhas pernas paralisaram, por mais que eu tentasse me mover não consegui sair do lugar. Uma força estranha surgiu do chão e me rodeou queimando a minha pele, aquela energia negra era como se eu estivesse sido queimada por labaredas de fogo, todo o chão começou a se quebrar e a paisagem sumia, prédios, árvores, ruas deixando apenas uma dimensão branca e vazia.

-Que lugar é esse?Onde eu estou?

A energia negra parou de rodear ao meu corpo se concentrando apenas nos pulsos fazendo surgir duas algemas que acorrentavam meus braços ao chão. Outra energia negra surgiu na minha frente tomando forma de um pessoa encapuzada com asas negras de corpo e uma espada cheias de sangue, por baixo do capuz eu via somente as presas amareladas e sangrentas, caí de joelhos, aquela energia me enfraquecia.

Eu estava com medo, aquela seria mesmo a hora da minha morte?Já não acreditava que aquilo poderia ser um sonho, aquela criatura partiu para cima de mim com um grito assustador que gelava a espinha, fechei os olhos com medo... A última coisa que eu ouvi foi um grito de dor daquele monstro que chegavam a doer os ouvidos, uma luz surgiu em meu rosto me obrigando a abrir os olhos. Uma coisa me surpreendeu quando abri os olhos, Madelaine estava lutando contra aquele monstro e suas asas cor verde estavam a mostra.

-Madelaine!-Chamei.

-Yuki, corra.

Não sei o que Madelaine fez, mas as algemas se desintegraram e eu fui solta, agora é sério, correr pra onde?Estamos no meio do nada e a única coisa que eu podia fazer era assistir Madelainde cara a cara com aquele monstro bloqueando com a espada dele com a sua espada com uma lâmina de cor verde em mãos, parecia ser feita de esmeralda.

-Vocês sempre pra se intrometer onde não deve. -Disse a criatura.

-Esse é o meu trabalho!-Sorriu Madelaine.

Madelaine empurrou a criatura e avançou me pegando no colo desviando de outro desse monstro que apareceu atrás de mim, quando nos demos conta haviam três deles.

-Madelaine o que são essas coisas?-Perguntei desesperada.

-Fractas!-Disse Madelaine friamente. -São seres dimensionais que se alimentam de almas.

Tem como esse dia ficar pior?A resposta é sim.

Madelaine me pegou no colo e me colocou nas costas desviando e defendendo os ataques dos Fractas, um a surpreendeu por trás me derrubando das suas costas, Madelaine girou a espada na mão e a cravou no chão o rachando e mudando aquela dimensão dando lugar a árvores, uma cachoeira e cipós. Madelaine ainda mantinha aquele olhar frio, o que era estranho vindo dela.

-Madelaine...

-Não se mexa Yuki. -Ordenou.

Apertando a lâmina esmeralda fazendo escorrer o sangue de suas mãos e as gotas que caiam na terra secavam, os Fractas tentaram avançar pra cima de Madelaine, mas quando se deram conta estavam presos por cipós.

-Sacirficio de sangue, Shipozu Hi(Cipós de fogo).

Os cipós começaram a pegar fogo e a queimar os Fractas que gritavam e agonizavam até serem desintegrados, realmente, eu não subestimo Madelaine. Apenas se levantou guardando a espada na bainha e a mão já nem sangrava mais.

-Yuki você está bem?-Perguntou Madelaine.

Tentei andar, mas caí no chão, minha barriga doia e minhas mãos apareceu sangue que quando me dei conta havia um corte de espada na minha barriga, um Fracta conseguiu me atingir?Deve ter sido quando eles me arrancaram das costas de Madelaine. Não consegui me conter, pois havia vomitado sangue e minha visão estava turva antes de desmaiar a última coisa que consegui ver foi Madelaine andando até mim.

Chapter three

Madelaine e eu fomos para cozinha comer alguma coisa, estavamos cansadas por arrumar aquele imenso apartamento, nossa a Clara e Isabella dão festas e só eu que não sei disso, porque meu Deus, que bagunça. O bom disso tudo foi contar com a ajuda de Madelaine e em troca ele fez para nós duas sua famosa torta floresta negra.

-Ai que deliciaaaa...

As tortas de Madelaine eram uma delicia, cada vez que levava um pedaço a boca eu balançava as pernas debaixo da mesa de tanta alegria.

-Eu sei que é a sua favorita!-Sorriu Madelaine. -E só estamos nós duas aqui.

-Madelaine você sabe mesmo como me agradar. -Sorri também. -Eu gosto muito da sua presença aqui em casa.

-Tá dizendo isso por causa da torta. -Madelaine deu uma risada.

-É sério Madelaine, você me ajuda pra caramba, com você posso conversar, desabafar e sem medo de ser repreendida.

-Yuki, sabe que pode contar comigo para qualquer coisa.

-Sim eu sei. -Terminei de comer a torta. -E essas é uma das qualidades que aprecio em você Madelaine.

-Mesmo?-Madelaine cortou mais um pedaço da torta. -Fico lisongeada!Quer mais torta?

-Como recusar?

Madelaine e eu soltamos uma gargalhada e tudo aquilo estava me fazendo bem.

-E as suas irmãs?-Perguntou Madelaine. -Onde estão essas duas criaturas?

-Se estão com os namorados com certeza não voltam hoje!-Respondi.

-Yuki por que você não diz nada?Eu vejo elas apenas te maltrarem, judiam de você e ainda aguenta tudo calada.

-Nunca entendi tanto ódio por mim que tem aquelas duas, antes elas eram tão carinhosas comigo, na época que mamãe estava viva, depois que ela partiu, será que era fingimento?

-Yuki!-Madelaine terminou de comer sua torta. -Você sabe que fui uma pessoa muito próxima a sua mãe e assisti a cada uma de suas filhas nascerem, mas quando você nasceu eu senti e falei para mim mesma: "Essa menina passará por muita coisa, mas ela vencerá tudo".

Por um lado no que Madelaine disse é verdade, ela quem me assistiu crescer, você deve estar pensando "nossa quantos anos Madelaine tem?", pra falar a verdade nem eu mesmo sei, a aparência dela é como se fosse uma adolescente de 18 anos, os cabelos são longos e lisos de cor castanha e seus olhos são verdes esmeralda, Madelaine é linda, mas vive sozinha não sei porque, qualquer homem viria atrás dela num estalar de dedos.

-Você sabia que Clara e Isabella me odiavam?-Perguntei. -Desde que nasci?

-Sua mãe disse a mesma coisa!-Madelaine passou a mão na minha cabeça. -Yuki, quando Diana morreu, ela me pediu para que eu protegesse você, que nada de mal lhe acontecesse até o dia em que...

-Até o dia em que?

-Sabe aquela borboleta branca que você viu em Notre Dame?Bem, sua mãe teve a mesma reação que você, ela também podia ver. Você herdou o mesmo dom dela.

-O que era aquela borboleta?-Perguntei.

-Yuki você não percebeu que estava sendo protegida durante toda a viagem?-Madelaine sorriu. -Yuki, sua mãe me fez um pedido antes de morrer, para que protegesse você, pode não ter percebido, mas eu sempre estive ao seu lado.

-Madelaine.

-Yuki vem comigo!

Madelaine me puxou até o meu quarto, da janela dava pra ver a vista de toda Paris, Madelaine me pegou no colo.

-Olhe aquela lua!

-O que tem a lua cheia?-Perguntei.

-Olhe atentamente!

Não sei o que tinha demais numa lua cheia, mas olhei atentamente para a lua e do nada ela havia se transformado em azul, uma lua azul.

-Mas o que?

-Yuki aquela lua dá força a fonte que protege a terra das fadas!

-Você é uma fada?-Perguntei.

-Sou sim, uma fada planetária ou no caso uma fada guardiã, sou sua guardiã.

-Você me protegeu por todo esse tempo e eu...Nem sabia...

Não sei o que estava acontecendo comigo, mas senti uma vontade de chorar, não de tristeza, mas sim de felicidade.

-Madelaine!-Abracei-a. -Obrigada!

-Minha pequena Yuki, pode sempre contar comigo. Viu, você nunca esteve sozinha.

Madelaine me deitou na cama e me cobriu, apagando a luz do meu abajur e se preparando para sair do quarto.

-Madelaine fique aqui comigo hoje!-Pedi. -Não quero ficar sozinha!

-Está bem!

Ela se sentou na minha cama e me abraçou passando a mão na minha cabeça, realmente, nos seus braços eu me sentia protegida.

-Sempre estarei aqui com você!-Madelaine beijou a minha testa.

-Não me importo com que você seja Madelaine!-A abracei mais. -Eu quero apenas que você fique ao meu lado para sempre, você és o meu anjo da guarda.

-Eu sei Yuki, quando você estiver na escuridão, eu serei a sua luz, se você estiver perdida, eu serei a sua mão guia, eu nunca sairei do seu lado. Isso é uma promessa.

-Obrigada Madelaine!

Chapter two

Todos naquela sala me olhavam assustados, nem eu mesmo sabia o que aconteceu,

-Yuki o que houve?-Perguntou a Freira Analice.

-E-Eu... Eu...

-Viraram picolés humanos!-Marie mexia nas estátuas.

-A Yuki fez isso!-Apontou-me uma garota. –Ela congelou Janice!

-Não, não fui eu...

Eu estava assustada com aqueles olhares acusadores em volta de mim, não pode ser eu que tenha feito isso, deve ter outra explicação. Uma borboleta branca e brilhante apareceu voando em cima do sino o descongelando, do nada ele começou a tocar sozinho, como estávamos perto demais o barulho era insuportável, não agüentamos e tapamos os ouvidos.

-Desse jeito eu vou ficar surda!-Gritou Christie.

O barulho fazia vibrar até o chão, passado cinco minutos as vibrações pararam o que significa que o sino também pode ter parado, quando abri os olhos eu estava no terraço da catedral Notre Dame juntamente com Christie, Janice e suas amigas estavam descongeladas atormentando uma garota num canto.

-Como isso aconteceu?-Perguntei assustada.

-O que?-Christie perguntou confusa.

-Janice!-Apontei. –Janice e suas amigas, como elas descongelaram?

-Congelaram?Yuki do que você está falando?

-Estávamos na sala do sino e elas estavam congeladas, afinal como viemos parar aqui?

-Não Yuki!-Christie fez um sinal de negação com a cabeça. –Não saímos daqui, você estava tão encantada com a vista que nem resolvi te perturbar.

-O que vocês estão fazendo paradas aí!-Gritou a Freira Analice subindo as escadas. –Está na hora de ir embora!

Engraçado, mas estávamos na sala do sino, o que aconteceu?Por que eu to vendo borboletas?Aquela borboleta branca deve ter alguma coisa haver com isso, insisti com Christie que Janice estava congelada, mas ela apenas riu e não acreditou, todas as pessoas daquele ônibus estavam agindo normalmente como se nada daquilo tivesse acontecido. O que está acontecendo?

Fiquei quieta durante o caminho todo de volta, ninguém ia acreditar em mim mesmo, Christie conversava com uma menina e trocava revistas de moda, alguma coisa não estava certa ali. Chegamos à escola e fizemos a mesma coisa, chamada para ver se todos estavam no ônibus, todos saíram e eu segui meu caminho e desta vez Christie não me acompanhou, já estava anoitecendo e a lua aparecia aos poucos no céu.

-O que será que eu sou?-Suspirei e olhei para o céu. –Será que eu não sou humana?

-Ei nanica o que faz aqui?

Virei-me e vi Isabella e Clara acompanhada por dois rapazes morenos de cabelos castanhos e olhos cor de mel, pelo físico parecia freqüentar academia, os dois tinham a mesma aparência, acho que são gêmeos.

-Não deveria estar em casa?-Clara me deu um cascudo.

-Estou voltando do passeio escolar!-Respondi.

Clara e Isabella me seguiram o caminho inteiro para ver se eu ia mesmo pra casa, que coisa essa desconfiança que elas têm de mim, nunca fugi pra lugar nenhum. Cheguei ao prédio e o porteiro abriu a grade.

-Vocês não vão entrar?-Perguntei.

-Nós vamos sair!-Anunciou Isabella. –Que o apartamento esteja arrumado quando voltarmos!

Não foi somente do porteiro, mas sim do recepcionista e de algumas pessoas que estavam na recepção eu ouvia coisas como “pobre menina” ou até “que irmãs cruéis”...

-Yuki!

-Madelaine, boa noite!

Madelaine é a minha vizinha, me acompanhou do elevador até meu apartamento, não é a primeira vez que minhas irmãs saem me deixando sozinha em casa e quase sempre Madelaine é quem toma conta de mim e me ajuda a arrumar a casa, ela quem faz a comida, não é que eu não saiba cozinhar porque senão eu não sobreviveria muito menos as minhas irmãs que nem fritar um ovo sabe.

-Yuki por que você atura isso?-Madelaine me ajudava a arrumar o apartamento.

-É que eu não tenho pra onde ir!-Respondi. –Elas são minhas guardiãs legais!

-Sempre há outro caminho Yuki, sua mãe sempre dizia isso!

-Minha mãe?

-Isabella e Clara tem inveja de você porque a sua mãe dirigia a atenção você!-Madelaine sorriu. –Sua mãe cuidava de você de um jeito bem especial, ela dizia que você é capaz, que você é diferente e tem força dentro de si!

-Madelaine às vezes eu sinto que minha mãe não morreu!-Olhei para a janela. –Quando eu durmo, não sinto medo... Sinto como se estivesse alguém me abraçando, me sinto protegida, uma energia tão positiva que me trás harmonia e paz!

-Quem sabe!-Madelaine sorriu. –Yuki você é capaz de fazer coisas que suas irmãs não conseguem, você é igual a sua mãe!

-Até demais!-Suspirei. –Madelaine, hoje aconteceu uma coisa muito estranha comigo, uma coisa que nem eu mesmo estou acreditando até agora... Na catedral Notre Dame, na sala do sino gigante o meu corpo queimava por dentro, mas quando a dor passou três colegas de sala minhas estavam congeladas juntamente com o enorme sino...

-Mesmo?-Madelaine se interessava pela história.

-Em cima do sino eu vi uma borboleta branca voando e descongelou o sino, do nada ele começou a tocar, quando abri os olhos eu estava no terraço das gárgulas, todo mundo viu e sabe que fui eu quem congelou Janice, mas quando aquele sino tocou, todos agiram como se nada daquilo tivesse acontecido. Eu não sou normal.

-Não é verdade Yuki!-Madelaine me consolava. –Você é especial, que nem a sua mãe, sabe Yuki talvez seja a hora de revelar seu verdadeiro eu.

-Meu verdadeiro eu?

-Yuki preste muita atenção no que vou lhe dizer, sabe por que sua mãe deu-lhe o cordão de floco de neve?

-Nunca pensei nesse detalhe!-Abaixei a cabeça. –Nesse momento ele está despedaçado em Ila de La cite!

-Como isso foi acontecer?

-Janice e suas chantagens, ela me devolveria o colar se eu alterasse as provas do colégio e eu disse não então ela o jogou da sala do imenso sino.

-Você agiu certo Yuki!-Madelaine acariciava a minha cabeça.

-Mas perdi o colar, agora não tenho mais nada para lembrar-se de minha mãe!

Não consegui conter as lágrimas, eu tinha que chorar, pois não havia motivos para não fazer isso e lá estava a única pessoa que me entende, eu a abracei chorando em seu colo.

-Naquele momento eu senti uma vontade de fazer Janice desaparecer do mapa, ela tem atormentado todo mundo e quebrou a única coisa preciosa para mim, eu senti ódio dela, mas não queria que fosse congelada, não quis fazer mal a ninguém.

-Eu entendo Yuki!

-Não sei Madelaine, estou com muito medo, eu congelei três pessoas e fiz nevar, eu estou com medo, e se eu não for humana, se eu for uma aberração?

-Você não é uma aberração Yuki!-Madelaine me consolou. –É o seu dom, o aceite... Igual a sua mãe!

-Minha mãe?-Enxuguei as lágrimas. –O que tem a minha mãe haver com isso?

-Sua mãe também demorou a aceitar o seu dom, Lilia também tinha poderes que nem você, não tenha vergonha Yuki, senão você terá vergonha de você e de sua mãe...

-Minha mãe era igual a mim?

-Yuki não pense que está sozinha, sempre te protegerei.

Madelaine me abraçou, mas seu abraço era diferente, confortável, quente, aconchegante. Me sentia protegida.

-Te amo Madelaine!

-Também te amo Yuki!-Madelaine beijou a minha testa.

Chapter one

Meu nome é Yuki Master.

Tenho 13 anos e moro num apartamento em Paris, França, juntamente com minhas duas irmãs mais velhas, Isabella de 18 anos e Clara de 19 anos e sou órfã de pai e mãe, estudo no colégio Santa Aparecida que é um colégio apenas de meninas onde suas professoras são freiras, vesti uma saia lolita com um tecido preto por cima dando abertura na frente pra saia vermelha que ficava por baixo do preto, meias listradas, sapato colegial e uma camisa social branca prendendo uma laço vermelho e um colete preto por cima, sempre adorei roupas lolitas , na escola podíamos usar o que quisermos, desde que usemos o broche de cruz do colégio Santa Aparecida.

-Ei pirralha aonde pensa que vai?-Clara segurava minha mochila.

Um pequeno detalhe que me esqueci de mencionar, minhas irmãs me odeiam.

-Passeio da escola hoje!-Respondi. –Preciso estar lá, vale 50% da minha nota!

-Deixe a menina ir Clara!-Isabella saia da cozinha. –Não podemos interferir na escola dela!

-Mas a casa está uma bagunça!

-Ela arruma quando chegar, não é Yuki?

Isabella me lançou um olhar frio e aterrorizante que chegava a gelar a espinha.

-S-Sim senhora!

Saí de lá o mais rápido possível e peguei o elevador. Na porta do lado de fora do prédio estava esperando Christie, minha melhor amiga desde a primeira série, ela nunca fez nada, mas ao lado dela me sinto inferior, Christie só tira 10, é a mais inteligente da sala e a mais bonita também, tem a pele morena, olhos e cabelos acastanhados longos enquanto que a mim, sou a esquisita, tiro notas baixas tenho olhos azuis e cabelos muito longos e quase cacheados leves que uso o cabelo solto e com duas maria chiquinhas bem longas, sem contar que sou uma porcaria em quase todos os esportes, passar para a sexta série foi pura sorte, admirei com a roupa da Christie, ela trajava meias com desenhos de laços cor rosa, juntamente com a saia também cor de rosa e a blusa branca com laços nas mangas curtas, na gravata pequenina que prendia no meio ela usava a cruz do colégio, também usava sapatos colegial.

-Está animada Yuki?-Perguntou Christie. –Sempre quis visitar Ile de La cité, imagina só a catedral Notre Dame!

-Vai ser legal!-Respondi. –Pra variar vai ser legal a gente sair um pouco dessa fachada!

Conversamos o caminho todo até a escola, o bom é que estávamos no outono, a época que venta gostosa brisas, adoro outono, mas a minha estação favorita é o inverno onde pode brincar de guerras de bola de neve, patinar no lago, também época de chocolate quente e edredons quentinhos, admito, isso é muito gostoso.

-A mamãe disse que eu posso comprar uma lembrança de lá!-Disse uma das meninas que conversava em grupo.

-A viagem vai ser longa não é Yuki?

-Vai sim!-Respondi colocando fones de ouvido. –Já vim preparada!

-Atenção alunas vou fazer a chamada. –Anunciou a Freira Analice Giancarlo. –As garotas que forem chamadas subam para o ônibus...

Analice começou a fazer a chamada e as alunas subiam para o ônibus.

-Ups...

Tomei um pedala Robinho de Janice Visconde, sabe quando dizem que todo colégio tem um valentão?No nosso caso era valentona e essa valentona era exatamente Janice, aquele rosto cheio de manteiga de amendoim, aquela ali sempre vive comendo e isso me dá arrepios, uma camisa vermelha escrita "Anarchy" com uma bandeira americana, calças jeans rasgadas e esburacadas sem contar que aparentavam ser velhas e os tênis all star jeans também já velho, sujo e rasgado. As outras alunas tinham medo dela e de suas amigas feiosas por serem bem maiores que todas nós, elas achavam engraçado a brincadeira de petelecos na orelha, enfiarem a cabeça das meninas no vaso sanitário, depois dizem que os homens é que são trogloditas.

-Muito madura Janice!-Reclamou Christie. –Não tem nada melhor pra fazer do que atormentar o pessoal não?

-Vai-te catar magrela!-Janice derramou Milk shake no meu cachecol. –Opa há há há há...

-Droga!-Tirei o meu cachecol rosa. –Meu cachecol novinho.

-Não liga pra elas Yuki, isso é inveja.

Todas as meninas já estavam no ônibus, eu tinha a esperança que meu cachecol secasse pelo caminho, mas elas acabaram porque isso não deu certo, Christie me emprestou seu cachecol reserva de lã pra eu não morrer de frio.

-Eu vou ter que lavar isso mesmo!-Reclamei enquanto segurava meu cachecol. –Janice idiota, acha que é engraçado atormentar a vida dos outros.

No final do ônibus, via-se Janice e as amigas atormentando Marie Stevan, uma garota pequena e de óculos que vivia sempre com seu notebook no colo, sempre a achei mais nova que eu com os vestidos que ela usava, mas acredite, ela era mais velha que eu, parecia uma criancinha, não sei como a Freira Analice não via isso, apenas perdia tempo conversando com o motorista indicando o caminho pra Ila de lá cite, não restava muita coisa pra eu fazer, apenas olhei pela janela enquanto escutava música. As folhas das árvores caiam enquanto o vento soprava. Eu acho que estava atenta demais, pois eu vi uma borboleta cor marrom criar asas luminosas e ganhar forma de uma pequena mulher, do tamanho de uma Polly Poket.

-Viu isso!-Cutucava Christie assustada. –Olha Christie, olha...

-Olha o que?-Christie olhou pela janela. –As folhas?

-Não, a borboleta, olha!

-Não vejo borboleta nenhuma!-Christie tirou a cara da janela. –Yuki você está vendo coisas, deve estar com fome.

Como ela não conseguiu ver aquilo?Estava bem na nossa cara, Christie pode ter razão, acho que pode ser mesmo coisa da minha imaginação, uma borboleta mudar para uma forma como aquela, impossível.

-Ei...

Janice jogou bolinhas de cuspe na gente, chegou a grudar no meu cabelo e ainda bem que eu estava de luvas para conseguir puxar aquele nojo cheio de saliva.

-Que coisa infantil Janice!-Gritou Christie. –Sua porca!

Aquela baleia cheia de piolhos não se mancou com a reclamação de Christie e ainda continuou rindo com suas amigas e continuaram a jogar bolinhas de cuspe até que a Freira Analice percebeu quando grudou uma na sua cabeça, tentei me segurar pra não rir, eu posso não gostar de Janice, mas confesso que isso foi engraçado, parecia uma bola de golfe grudada em sua cabeça.

-Quem fez isso?-Gritou Analice.

Todos inclusive eu e Christie apontamos para Janice e suas amigas, com certeza elas vão ter o que merecem.

-Esperem quando voltarmos à escola!-Advertiu Analice. –Vocês três vão ficar de castigo!

Janice me fez um sinal de que eu estava morta, até poderia estar, mas valeu a pena entregar essas chatas.

Chegamos a Ila de La cite, era incrível pra chegarmos aos pontos turísticos daquela ilha tínhamos que continuar nosso caminho de barco, não era só a gente do colégio, tinha um monte de turistas também tirando fotos da ilha que cada vez se aproximava mais e mais. Nosso barco chegou lá, a freira Analice nos deixou explorar a vontade, Christie e eu entramos na catedral Notre Dame.

-Que lugar lindo!-Os olhos de Christie brilhavam. –Vem Yuki vamos ver lá em cima!

Ela me puxou pela mão enquanto subíamos as escadas, no terraço, havia gárgulas no pedestal igualzinho aquele desenho “o corcunda de Notre Dame”, mas o que importava é que a vista dava para toda a França, ao longe se via a torre Eiffel. Era lindo.

-Incrível!

-Fantástico!

Eu estava tão encantada com a vista que não percebi um floco de neve que caia, espera aí, floco de neve?Mas ainda estávamos no outono, bem em frente aos meus olhos o floco de neve ganhou forma de uma pequenina mulher com asas brancas e brilhantes.

-Olha Christie a mulher!-Eu a chamava.

-Que mulher Yuki?Não vejo nada!

-Ela estava bem ali, surgiu do floco de neve!

-Floco de neve Yuki?Ainda estamos no outono, ah falando em floco de neve e aquele seu colar?

Tirei o meu colar de dentro do meu cachecol, um colar com um pingente pequenino em forma de floco de neve de cor branca, é muito precioso pra mim, foi um presente da minha mãe de nosso último natal junto a minha família, mamãe era linda, pois tinha cabelos longos quase dourados igual aos meus, os olhos eram azuis tão claros que pareciam cristais, nisso eu herdei de minha mãe, minhas irmãs herdaram características do meu pai como cabelos negros e olhos verdes.

-Ah quanto tempo você tem esse colar Yuki!-Perguntou Christie.

-Faz muito tempo!-Sorri. –Esse é meu tesouro e é minha obrigação não deixar acontecer nada com ele!

-Que cordão bonito!-Janice o puxou arrebentando a corda do meu pescoço. –Brilha como diamante!

-Janice, por favor, me devolve isso!-Pedi.

-Você quer então vem pegar!

Janice saiu correndo, não pensei duas vezes mesmo com Christie segurando meu braço, me soltei e corri atrás de Janice com o propósito de pegar o colar de minha mãe, ela finalmente parou num tipo de sala com um imenso sino.

-Janice me devolva!

As amigas feiosas de Janice fecharam e trancou a porta da sala do imenso sino, Janice ameaçou jogar meu colar pela janela, tentei avançar, mas seguraram meus braços e me deram um soco na barriga que me fez cair no chão.

-Ja-Janice...

-Não gostaria que nada de ruim acontecesse com ele né Yuki?-Sorriu Janice. –Pois bem, vamos fazer o seguinte, te devolvo o colar se você nos fizer um pequeno favor!

Essa não!É aquela temporada de novo, onde Janice pega uma coisa de uma garota e faz chantagem para em troca fazer seus truques sujos.

-Nós te devolvemos o colar se você entrar na sala da diretora e alterar as provas!

-Não vou fazer isso!-Me levantei. –É errado!

-Então minha querida diga adeus a seu tesouro!

Janice o jogou da janela, aquilo me deu muita raiva e vontade de chorar, aquele sentimento de fúria fazia o meu corpo queimar, minha visão estava turva, não conseguia enxergar e meu corpo queimava. Ouvia gritos das garotas feiosas, até que a dor deu um tempo, a sala estava fria?Pensei que era o vento, quem dera fosse isso mesmo porque quando abri os olhos, o chão estava coberto de neve, o sino, Janice e suas amigas viraram imensas estátuas de gelo.

-Oh meu Deus!

Cutuquei as estátuas de gelo com a esperança que elas reagissem. Nada, logo a sala do imenso sino foi cercada pelos alunos do Santa Aparecida que me olhavam assustados e desacreditados com o que viram naquela sala. O que foi que fiz?

Sinopse.


Deixe-me dar um aviso:

Lembra daquelas velhas histórias de que uma fada é boa e uma bruxa é malvada?Aquelas histórias que seus pais te contam de que uma fada existe apenas se uma criança acreditar?Uma vida de fada não é nada disso.

Quando chega aquele dia que você está numa determinada idade e seus pais dizem: “Fadas não existem”, escute um conselho, ouça sempre seus pais, eles sempre sabem o que é melhor pra você e nunca procure saber demais quem você é!Se seus pais falam isso e você acha que é uma fada, vai por mim, eles querem te proteger dessa vida que não é um conto de fadas.